Reformas em Condomínio Verticais

REFORMAS EM CONDOMÍNIOS VERTICAIS

REFORMAS EM CONDOMÍNIOS VERTICAIS

Chegamos a um tempo em que nossos blocos de apartamentos precisam mais do que uma simples reforma, aquela em que troca a cerâmica, enche de poeira nossos lares e incomoda muito a cada dez anos, em média.

Os edifícios de apartamento necessitam muito mais que revestimento e polimento; necessitam de modernização do sistema elétrico, uma vez que o avanço tecnológico nos impôs a utilização de vários equipamentos de informática e utilidade para facilitar a vida doméstica.

Todos consomem energia elétrica, e o sistema dimensionado para cada apartamento, nas décadas de 1970 a 1990, não comporta a carga consumida por esses equipamentos. É muito comum entrar num quarto e ver uma extensão ligada a um “TÊ” que já possui mais duas tomadas machos ligadas nele, sendo que a extensão possui uma régua ligando computador, impressora, tela de plasma (se fosse há dez anos seria tevê) entre outras geringonças (sic) que os projetistas dos anos 1970 nem imaginavam que viriam a existir.

No apartamento em que moro na Asa Norte, meu quarto possui somente um tomada. Quarto com uma tomada por parede é considerado luxuosíssimo!

Até mesmo as áreas comuns dos nossos blocos de apartamentos ganharam equipamentos para aumentar o consumo de energia elétrica do tipo câmeras, central de monitoração por vídeo e câmera, portões eletrônicos, porteiros eletrônicos, elevadores inteligentes, entre outras geringonças (sic) modernas. É necessário prever tubulações embutidas para os cabos que a tecnologia demanda para o interior do apartamento como, por exemplo, tevê a cabo, internet, rede de voz e dados entre outras.

É muito comum, ao admirarmos a fachada de um prédio, deparar com cabos e fios pendurados para atender de forma improvisada as necessidades de uma determinada unidade.

Outra forma de atender à modernidade é adaptar ao nosso bloco recursos de reutilização, também chamados de recursos sustentáveis; nos casos de prédios já construídos cabe somente reutilização de água pluvial, placas fotovoltaicas para aquecimento de água e geração de energia eólica que, em resumo, se trata de implantar um ventilador no topo mais alto do prédio, que com as pás da hélice girando, com a força do vento, gera energia própria para o condomínio e suas unidades.

Outra atividade ligada a reformas de nossos blocos e que muito agride a visão é a utilização de cerâmica nas fachadas. Algumas carregam tanto na cerâmica que o conjunto da obra nos remete a um banheiro. Raramente existe uma composição entre o pilotis e as fachadas dos prédios, ou seja, utilizam um tipo de material com uma determinada coloração nas fachadas e outro material com outro tipo de coloração no pilotis e esquecem que deveria haver harmonia entre esses dois ambientes. Basta dar alguns passos pela calçada e confirmar que foi feito um investimento sem o retorno estético necessário. Existem materiais no mercado que não esmaecem e nem se degeneram e duram uma eternidade, evitando obras a cada sete a dez anos.

Nossos síndicos precisam procurar orientação técnica necessária para atender a ausência de recursos tecnológicos dos tempos de concepção de nossos blocos e se atualizarem com relação às tendências de reuso e manejo de recursos sustentáveis, bem como a necessária preocupação com a estética do conjunto construído. Tudo junto melhora a qualidade de vida dos moradores e ajuda a valorizar o patrimônio.

Alexandre São José | Arquiteto – CREA 12.318/D-CE