Jardins verticais usam técnicas modernas e sustentáveis


Grande vantagem é a aproximação do homem com a natureza. Além da estética, junto com a absorção acústica, aumenta a umidade relativa do ar.

Por Mário Baiocchi Neto, paisagista

O homem habitou em tamanha demasia, que passou a organizar a flora em jardins. E nos últimos 50 anos atingiu uma realidade na qual não cabem nem mais jardins onde vivem muitos homens, como São Paulo, Nova York e Paris.

Hoje em dia, pela diminuição dos espaços disponíveis em nossas casas, apartamentos e cidades, às vezes fica difícil montar um cantinho verde. Mas isso pode ser resolvido com a montagem de um jardim vertical, que usa principalmente espécies epífitas e rupícolas, que requer poucos nutrientes e pequena quantidade de água. Essas plantas conseguem retirar nutrientes até mesmo da atmosfera, e devido sua baixa exigência e lento crescimento, são ideais para esse tipo de jardim. Não há como não pensar em beleza quando o assunto são plantas e flores. Mas a novidade do momento promete mais que o primor estético. A grande vantagem dos jardins verticais é a aproximação do homem com a natureza, além da beleza estética junto com a absorção acústica e o aumento da umidade relativa do ar  – dependendo do caso, em até 60%.

ORIGEM

Nas décadas de 60 a 90, os jardins verticais eram trabalhados com xaxim (espécie de samambaia). Após sua extinção, houve a proibição da comercialização, deixando na mão os profissionais do ramo. Depois veio a fibra de coco, mas a durabilidade do produto é pequena, e as plantas não se desenvolvem bem.

O botânico francês Patrick Blanc então inventa uma técnica inovadora, após constatar que a água, a luz e os nutrientes são mais importantes para as plantas do que a terra em si. Ele criou uma estrutura-base para as plantes de forma que pudessem ser afixadas em paredes. Esse invento ganhou o mundo e pode ser observado em cidades como Milão, Frankfurt, Paris e Bancoc, trazendo a alegria do verde aos espaços frios e cinzentos típicos dos centros urbanos.

Para Goiânia, buscamos fora esse conhecimento e a tecnologia, ligando sustentabilidade e meio ambiente. Com isso conseguimos desenvolver um trabalho pioneiro com materiais reciclados e orgânicos, junto com um sistema high tech de irrigação e fertilização automatizados.

Acreditamos que nem só de trepadeiras e samambaias vivem os muros verdes. Nos projetos modernos, recriamos condições da natureza para trazer vida a superfícies áridas, com diferentes espécies. A ideia é priorizar o racionamento para que as plantas vivam em harmonia com o homem. O resultado é uma alternativa nova e duradoura de aplicação de plantas em paredes e muros.

SUBINDO PELAS PAREDES

Os jardins verticais podem ser montados em paredes internas ou externas, muros ou até mesmo fachadas onde as plantas possam receber alguma luz natural – ou mesmo artificial. Uma boa dica são locais como jardins de inverno, garagens e paredes próximas a grandes janelas.

Eles pedem manutenção como de qualquer outro jardim, com irrigação, limpeza e adubação periódica. Podem ser regados manualmente ou por meio de irrigação automatizada.

ESCOLHENDO BEM

A escolha das plantas deve ser cuidadosa. Samambaias e orquídeas geralmente compõem um lindo cenário, mas o leque de opções é vasto. Para não errar na hora de montar o jardim vertical, a pessoa deve observar condições como luminosidade e temperatura, por exemplo.

Algumas espécies não precisam de luz, outras se desenvolvem bem na luz indireta e até mesmo sob a luz artificial. Algumas não suportam o frio, outras se adaptam bem a altas temperaturas. O ideal, entretanto, é priorizar a iluminação natural.